Sete de abril, Dia Mundial da Saúde, mas nada a comemorar e sim muitos motivos para lutarmos! E como o dia sete, este ano, caiu junto com o sábado antes da páscoa, que é o dia que tradicionalmente o Judas é malhado, em São Paulo participei da malhação do Judas da Saúde, que chamava atenção para falta de recursos e a privatização desta área tão importante.
“Criou um partido cheio de ratos, mas suas promessas não correspondem aos fatos”
O eleito como traidor da saúde foi o Kassab, mas deve ter sido difícil escolher, porque são tantos os vilões da saúde! Kassab simboliza como prefeito o descaso com suas diversas promessas não cumpridas. Havia prometidos três hospitais, mas ao fim do mandato isso não corresponde à realidade. Dedicou-se muito mais a criar um partido, um novo PMDB, do que governar a cidade de São Paulo.
Mas o Judas poderia ter sido muitos outros. Temos o Serra, que foi quem deu asas para o Kassab e agora quer ser prefeito novamente. Tanto como prefeito quanto como governador, o Serra somente privatizou os serviços de saúde, desvalorizando os trabalhadores, que vivem a muitos anos com baixos salários. Para ficar no mesmo partido, com certeza poderíamos malhar o picolé de chuchu do Alckmin que com seu jeito calmo e sem sal tem mandado a Policia Militar ir para cima da população pobre e negra; seja em Pinheirinho ou na Cracolândia, em defesa de interesses especulativos e de mega empresários.
Poderia o Judas ser também o governo federal, que fez o corte do orçamento da saúde em beneficio do pagamento de juros da divida para o mercado financeiro. Governo que entrega os Hospitais Universitários para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), tem um ministro da saúde que desrespeita o controle social e investe dinheiro nas comunidades terapêuticas manicomiais.
Ainda temos vários outros Judas, que são os grandes administradores das chamadas Organizações Sociais. Esses, em troca das "moedas de prata" dos nossos impostos, fazem lucro com a saúde que deveria ser pública, estatal e de qualidade.
Meus aplausos à população de São Paulo, representados pelo Fórum Popular de Saúde, que não se cala diante desses absurdos e fez um simbólico ato, inclusive com carta testamento do Judas Kassab para denunciar estes absurdos. O testamento está abaixo para todos conhecerem.
O próximo capitulo desta luta na cidade é um grande ato no dia 10 de abril, as 10h na praça da sé!
Nacionalmente, vão acontecer atos em diversas capitais, organizados por Fóruns que fazem parte da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde.
Saúde como possibilidade de lutar!
Paulo Spina
Trabalhador da saúde mental, liderança do Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo e militante do PSOL
Testamento do Judas da Saúde (Kassab)
Praça da Sé, 07 de abril de 2012.
Eu quero nesse momento/ Pedir um pouco de atenção/
Pra formalizar meu testamento/ Seu doutor tabelião.
Vou pagar o mal que fiz/ De tal ação ter praticado/
E não tardará muito tempo/ Que o fogo me seja lançado.
Eu antes de morrer/ Por não ter direito à vida/
Vou deixar-vos uma lembrança/ E dar-vos a despedida.
Como lá para o outro mundo/ Não se pode levar nada/
Quero deixar o que tenho/ Para a nova rapaziada.
Porém eu peço a todos/ Quantos me estão a escutar/
Um momento de atenção/ Enquanto estou a falar.
Vou fazer um testamento/ Para todos contentar/
Não quero que por minha causa/ Ninguém fique a protestar.
Começo lá por cima/ Pelo princípio do lugar/
Deixo a D.R.U. pra Dilma/ Que só deixa a desejar.
Ao Padilha deixo a agulha/ para o orçamento ele costurar/
vai cortar o dos banqueiros/ vai cortar em outro lugar.
Para o Alckmin/ Que não tenho o que deixa/
Deixo óleo de peroba/ Pra na cara ele passa.
Pra Polícia Miliar/ Deixo a luta do Moinho/
PM não bata na Cracolândia/ E nem no Pinheirinho.
Ao Januário Montone/ Secretario sem saúde/
Deixo o SUS de qualidade/ E as O.S.s que se mude.
Digo sem pedir segredo/ “Corrupção não dá”/
Essa corja no governo/ Sempre vai enferruja.
Deixo depositado/ Tudo que se desviou/
Dos cofres da saúde/ O povo é quem se lascou.
Dos cofres da saúde/ O povo é quem se lascou.
Para o Ronaldo Laranjeira/ Que queria um retrocesso/
Deixo-lhe a chave do futuro/ Para que não tenha regresso.
Deixo-lhe a chave do futuro/ Para que não tenha regresso.
Deixo-lhe esse conselho/ Para abestado não ser/
Desista de fechar o CAISM/ Que isso não vai acontecer.
Ao Conselho de Saúde/ Deixo a homologação/
Para o reconhecimento/ Da legítima eleição.
Para melhorar a saúde/ A Conferência tem resolução/
Deixem de bobeira/ E de privatização.
Não a Internação Compulsória/ Por um tratamento em liberdade/
Louco não se prende/ Contra a própria vontade.
A saúde anda doente/ Não tem posto na cidade/
Essa queixa é tão frequente/ Já virou calamidade.
Essa queixa é tão frequente/ Já virou calamidade.
Por fim deixo ao Povo/ O partido da revolução/
Que impulsionará a luta/ Contra toda exploração.
Você é bem-vindo/ A essa hora fatal/
Onde o governo adormece/ Na maior cara-de-pau.
Um grande abraço a todos/ Com um beijo no coração/
Ponha fogo logo em mim/ E faça essa liquidação.
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