24/07/2012
Os servidores reunidos no Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Federais aprovaram antecipar o Dia Nacional de Luta, convocado em conjunto com a CSP-Conlutas, CUT e CTB, para 31 de julho de 2012. Será um dia com realização de grandes manifestações nas capitais de todo o país.
A data havia sido convocada inicialmente para o dia 2 de agosto. Entretanto, o Governo Federal tem até o dia 31 de julho para indicar o quadro orçamentário para o próximo ano. Por isso a antecipação.
O governo Dilma se baseia em dois elementos centrais para sua intransigência. Um deles é reconhecer que há uma forte crise econômica internacional, que vai se refletir no Brasil, por isso é necessário impor o controle fiscal e limitar os gastos. Afirma isso apesar de continuar concedendo isenções fiscais para as grandes empresas com a suspensão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e continuar revertendo quase 50% do PIB para o pagamento de juros das dívidas públicas. Ou seja, quer jogar nas costas dos servidores públicos a prevenção da crise. Muita cara de pau!
A outra justificativa, tão absurda quanto à primeira, é de que não há defasagem nos salários, porque, segundo o governo, nos dois mandatos de Lula houve concessões com aumento real nos salários do funcionalismo federal. Ou seja, os representantes do MPOG mantiveram o discurso e os argumentos que vêm apresentando desde 2011, para rejeitar quaisquer concessões salariais e impor um arrocho inaceitável à classe.
Dia de luta – Com o mote CHEGA DE ENROLAÇÃO: NEGOCIA, DILMA!, os servidores públicos federais esperam receber solidariedade de outras categorias neste dia de luta, para exigir que o governo federal abra as negociações e atenda as reivindicações da categoria, que vem vivenciando arrocho salarial e redução de direitos desde o governo FHC.
Nesta semana, de 23 a 27 de julho, a categoria em greve pretende realizar assembléias de base para orientar e informar os servidores sobre a continuidade do movimento e as próximas tarefas. Atos públicos serão organizados nos prédios do Ministério da Fazenda por todo o país.
Na quarta-feira (27) haverá uma reunião conjunta com as três centrais, CSP-CONLUTAS, CTB e CUT, para preparação do Dia Nacional de Luta nos estados.
A semana começou com a instalação do acampamento no dia 16 de julho e a preparação da Marcha Nacional em reunião do Fórum das Entidades Nacionais no dia 17 de julho.
Veja as atividades realizadas na semana passada:
Dia 19 de julho: Às 5 horas da manhã, em uma operação surpresa, os servidores comandados pelo Fórum Nacional dos SPF, bloquearam todas as entradas do prédio K, onde se localiza o gabinete da Ministra do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão). Muitas negociações foram realizadas com a Polícia Militar, mas o cerco se manteve até que uma representação das entidades foi recebida pelos representantes do Ministério – Walter Correia, Secretário Executivo, e Sérgio Mendonça, Secretário de Relações do Trabalho. Apesar das evasivas do governo na reunião, que não apresentou nenhuma novidade, a manifestação foi considerada muito positiva e os servidores mantiveram o prédio fechado até as 14 horas.
Dia 18 de julho: Mais de 10 mil servidores públicos federais, com a importante participação de estudantes e a presença de diversos setores e organizações que vieram dar solidariedade à greve do funcionalismo, marcharam pela Esplanada dos Ministérios. A ampla coluna de manifestantes partiu da Praça da Catedral, seguindo até a Praça dos Três Poderes e retornando pelo lado oposto da Esplanada. No Ministério do Planejamento, os grevistas fizeram um cerco ao prédio, ao mesmo tempo em que um ato público nacional se realizava com a presença das representações das principais entidades dos SPF e das centrais sindicais CSP-CONLUTAS, CUT e CTB. Participaram ainda, representantes do PSTU, PSOL e parlamentares que apóiam o movimento.
Balanço – O balanço das atividades da semana foi considerado muito positivo e a avaliação é de que há ainda muito fôlego para continuidade da greve. De acordo com as entidades que participam do Fórum dos Servidores, a unidade das ações tem sido o fator determinante para que o movimento siga forte, gerando atividades que deem visibilidade à greve.
O governo, por sua vez, acusou o golpe e deu sinais de que a greve o atingiu; por isso, tenta reprimir o movimento à partir de represálias, como o corte de ponto e o descontos nos salários dos grevistas – em alguns casos está abrindo a Folha de Pagamento para efetuar esses descontos. Porém, o movimento segue firme e conta com apoio de amplos setores da sociedade.
*Retirado da CSP-Conlutas
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