A nota reforça as informações já publicadas na matéria "Pró-reitor da UFRN agride dirigente do SINTEST/RN por divergências sobre Ebserh", publicada no dia dos acontecimentos (veja a matéria clicando aqui).
Fonte: passaerepassa.blogspot.com.br |
Nota da Direção do SINTEST/RN e conselheiros do Consuni
Vimos a público lamentar o comportamento de um gestor de primeiro escalão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, por sua atitude agressiva e antidemocrática no interior da instituição. Trata-se do Prof. João Batista Bezerra, pró-reitor de administração que agrediu alguns dirigentes do Sintest e conselheiros do CONSUNI, representantes dos técnico-administrativos.
As agressões praticadas pelo mencionado pró-reitor na quinta-feira (01/11/2012), em frente à entrada do auditório da SEDIS/UFRN, se iniciaram verbalmente, gerando um bate-boca entre ele e outros servidores presentes ao local, chegando ao ponto do pró-reitor empurrá-los em direção à porta. A impertinência não parou por aí, visto que o pró-reitor também decidiu, sem qualquer discussão prévia, agredir fisicamente, com um soco no rosto, o dirigente sindical, conselheiro do CONSUNI e vereador eleito em Natal, Sandro Pimentel - que foi pego de surpresa. Fato esse testemunhado por diversos técnico-administrativos e vigilantes da segurança patrimonial da UFRN que se encontravam de plantão.
Vale ressaltar que todo o ocorrido foi gravado pelas câmaras de segurança da Sedis e as imagens, inclusive, já foram solicitadas pelo SINTEST-RN a fim de comprovar o fato. Por isso, é lamentável ler a nota da UFRN que blinda o agressor, colocando-o como vítima, assinada pela maioria dos conselheiros, todos comissionados ou de confiança da reitora; alguns, aliás, que sequer estavam presentes no momento da agressão.
Importante ressaltar que essa atitude não representa um fato isolado de um pró-reitor destemperado, mas uma política de perseguição que vem se consolidando a cada dia no interior da UFRN, aos técnicos, estudantes e docentes; ou seja, é a lei da mordaça imperando numa das principais instituições de ensino superior do Brasil, mesmo tendo como missão teórica: “[...] contribuir para o desenvolvimento humano, comprometendo-se com a justiça social, a democracia e a cidadania”.
Não sabemos se essa política de descontrole emocional e obsessão tem relação direta com as crises pelas quais a instituição passa, tais como denúncias feitas recentemente pelo jornal Folha de São Paulo, a partir de relatório do Tribunal de Contas de União, indicando que a UFRN desponta em primeiro lugar entre 19 auditorias concluídas em instituições federais de ensino, ou ainda, se existe relação com a “abdução” do estudante que se encontrava no bosque dos namorados e foi parar internado no Hospital João Machado, tido como louco.
Queremos deixar claro que buscamos uma democracia de fato e não de aparências, uma vez que os Conselhos da UFRN hoje são compostos por maioria de representantes da administração central, com cargos comissionados, esmagando sempre com suas decisões os poucos representantes dos técnico-administrativos e dos estudantes. Aliás, a luta por essa democracia de fato vem se dando há tempos, na busca por paridade nesses conselhos. Na obra “Participação e Teoria Democrática”, de Carole Pateman, aponta-se que a participação do máximo de pessoas se faz necessária em todos os níveis, para proporcionar o desenvolvimento das qualidades psicológicas, portanto, “[...] para que exista uma forma democrática de governo, é imperativa a existência de uma sociedade participativa, isto é, uma sociedade onde todos os sistemas políticos tenham sido democratizados, e onde a socialização por meio da participação possa ocorrer em todas as áreas”. Infelizmente, sua aplicabilidade não tem servido às práticas cotidianas da UFRN, pois negar a realização de um plebiscito e depois escalar um agente público, dirigente de primeiro escalão da administração, para agredir fisicamente um conselheiro que pensa diferente, é rasgar os preceitos democráticos; tudo isso numa instituição de ensino superior pública, imagine-se como seria numa empresa como a EBSERH, por exemplo.
Por fim, o Sintest/RN e os conselheiros que são a favor dos Hospitais Universitários 100% SUS, repudiam veementemente o ato agressivo praticado pelo pró-reitor de administração da UFRN, exigem seu imediato afastamento das funções institucionais e requerem providências cabíveis no sentido de conter o agressor, sob pena de ficar evidenciada a política institucional da “lei da mordaça”.
Concomitantemente, continuaremos utilizando toda a força da democracia participativa para evitar a entrega dos HUs ao controle privado.
Natal-RN, 02 de novembro de 2012.
Direção Colegiada do Sintest/RN e Conselheiros Representantes dos Técnico-administrativos no CONSUNI/UFRN
*Retirado do Sintest-RN
**Enviado pela companheira Vania Machado
E mais:
Veja o vídeo de Gibran Ramos (FASUBRA) sobre a luta contra a EBSERH no Rio Grande do Norte e a truculência do pró-reitor
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Veja matéria realizada pelo Sintest-RN sobre as lutas dentro do Consuni da UFRN
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