19/03/2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013
PF apura desvio R$ 3 milhões no HU e apreende R$ 200 mil em 4 locais
Por Aline dos Santos e Luciana Brazil
Policiais apreenderam documentos no Hospital do Câncer. (Foto: Simão Nogueira) |
Contratos suspeitos, superfaturamento, corrupção, formação de quadrilha. Os crimes investigados pela Operação Sangue Frio, realizada pela PF (Polícia Federal) nesta terça-feira (19/03/2013), revelam o submundo do tratamento contra o câncer. A ação apreendeu R$ 200 mil em dinheiro e suspeita de desvio em contratos do HU de Campo Grande (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian - HU-UFMS) que somam R$ 3 milhões.
Conforme a PF, o dinheiro foi apreendido em quatro locais. Sendo R$ 100 mil num único endereço. No entanto, não foram divulgados os pontos onde as apreensões foram feitas.
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no HU, Hospital do Câncer, empresas que possuem contratos com o hospital público, escritório de contabilidade, residências e na Neorad. A empresa pertence ao médico Adalberto Abrão Siufi, que é diretor-geral do Hospital do Câncer e ex-diretor de oncologia do HU.
No Hospital Universitário, são investigados fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras. A Justiça Federal determinou que quatro pessoas fossem afastadas do hospital, sendo dois servidores e dois terceirizados. Os nomes não foram informados.
No ano passado, o hospital entrou na mira do MPF (Ministério Público Federal) por recusar recursos do governo federal para a radioterapia.
Coletiva deu detalhes de operação. (Foto: Vanderlei Aparecido) |
Fachada
Já o Hospital do Câncer é suspeito de servir como fachada para desvio de dinheiro público. A unidade oferece tanto atendimento privado quanto pelo SUS e é administrado pela Fundação Carmem Prudente. Na semana passada,o MPE (Ministério Público Estadual) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores.
A unidade, que mantém contrato com a empresa da qual um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários. Outro detalhe é que a Neorad recebia Tabela SUS (Sistema Único de Saúde) mais 70%. Em quatro anos, foram R$ 12 milhões. Em 2011, o hospital recebeu R$ 15,4 milhões de recurso do SUS.
No setor de quimioterapia, onde a média diária é de cem atendimentos, a responsável pelo setor de faturamento foi questionada sobre controle dos pacientes e APACs (Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo).
De acordo com o superintendente da PF (Polícia Federal), Edgar Paulo Marcon, o “inquérito-mãe” precisa ser concluído. “Há outras investigações, outras denúncias de fraudes. Um levantamento preliminar indica sete licitações com fraudes no HU”, afirma.
Prisões
Três pessoas foram presas. Uma delas é o médico Adalberto Siufi. Os policiais encontraram quatro armas na casa do diretor, no Jardim Autonomista. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 30.510. A PF convocou cinco pessoas para prestarem depoimento.
A entrevista coletiva foi concedida pelo superintendente da PF, pela delegada Cecília Silva Franco, coordenadora da operação, e pela chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Janaína Faria.
Hospital pagou tratamento de morto e superfaturava valor em até 70%
E mais ainda:
A Frente Nacional compilou abaixo as notícias posteriores do caso que saíram no mesmo jornal. Basta clicar nos links que lhe interessarem:
*Retirado do Campo Grande News
**Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013
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