quinta-feira, 6 de junho de 2013

Fiscalização do Cremesp aponta que na maioria dos prontos-socorros públicos paulistas a população é mal atendida e não há condições de trabalho adequadas

04-06-2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 06/06/2013

PSs em agonia
Por Aglaé Silvestre

Azevedo: "Ficamos perplexos com a
maneira como os pacientes são tratados"
Fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) em setenta e um grandes prontos-socorros (PSs) que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado – 23 na Capital e 48 no Interior – aponta falhas graves nos serviços de urgência e emergência, que colocam em risco a saúde da população e não oferecem aos médicos condições adequadas de trabalho. Esse preocupante cenário do sistema de urgências e emergências paulista foi apresentado pelo Cremesp à sociedade, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (04/06). “Ficamos perplexos com a maneira como os pacientes são tratados e responsabilizamos os secretários municipais, estaduais e o Ministério da Saúde pela falta de financiamento adequado e pela má gestão do sistema de Saúde. Ao mesmo tempo, nos solidarizamos com os diretores clínicos e médicos, porque todos sofrem as conseqüências desse estado de coisas, que acaba se tornando uma afronta aos direitos humanos”, afirmou Renato Azevedo, presidente do Cremesp, na abertura do encontro.

Macas nos corredores, equipes médicas incompletas, falta de materiais básicos e dificuldade de transferir pacientes, foram os principais problemas constatados pela fiscalização do Cremesp nos 71 prontos-socorros, realizada entre fevereiro e abril de 2013.

Principais problemas: macas nos corredores,
equipes médicas incompletas, falta de materiais
básicos e dificuldade para transferir pacientes
Principais números do levantamento em 71 PSs:

➜ 57,7% dos PSs têm macas com pacientes nos corredores
➜ 66,2% dos PSs relatam dificuldade de encaminhar pacientes para outros serviços de referência
➜ 57,7% dos serviços vistoriados estão com equipes médicas incompletas
➜ 28,2% das salas de emergência estão inadequadas
➜ Em 59,2% das salas de emergência falta algum tipo de material
➜ Em 46,5% dos serviços não há chefia de plantão nem médico diarista
➜ Em 32,4% dos PSs não é feita a triagem com classificação de risco
➜ Em 6,1% dos PSs não existem UTIs, nem no local, nem em outro serviço referenciado.

Campanha “Prontos-socorros em agonia: até quando?”

Luna: "Sem um sistema adequado de 
prevenção, tudo vira urgência e emergência"
Diante da situação encontrada, o Cremesp lançou a campanha "Prontos-socorros em agonia: até quando?", exigindo providências do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

De acordo com Azevedo, o Conselho cumpriu sua função de órgão fiscalizador e os resultados serão agora encaminhados ao Ministério da Saúde, à Secretaria de Estado da Saúde e às secretarias municipais das cidades que fizeram parte da pesquisa. “Cabe agora às autoridades competentes encontrar solução para os problemas que estamos apontando”, disse.

Françoso: é preciso chamar a atenção 
das autoridades para o grave problema

O conselheiro Renato Françoso afirmou que é preciso chamar a atenção das autoridades para esse grave problema de saúde pública. Para o diretor 1º secretário, Bráulio Luna Filho, “o sistema de Saúde não funciona, os serviços secundários e terciários encontram grandes dificuldades para encaminhar pacientes a hospitais de referência, restando poucas alternativas de atendimento à população. Sem um sistema de Saúde adequado de prevenção, tudo vira urgência e emergência, e o atendimento acaba se dando nessas unidades, que colocam em risco quem é atendido e quem nela trabalha”.

Acesse a íntegra do levantamento clicando aqui!

Fotos: Osmar Bustos

Veja também (basta clicar nos links): 



*Retirado do CREMESP
**Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 06/06/2013

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