sexta-feira, 26 de julho de 2013

Indígenas ocupam sede da Organização Social SPDM contra a esculhambação da Saúde Indígena em São Paulo

Publicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 26/07/2013

Fonte: www.indiosonline.net

Durante o Seminário da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em Florianópolis, tive a oportunidade de denunciar a crescente e rápida privatização da Saúde Indígena, e com isso a mais rápida ainda deterioração das condições de vida dos indígenas brasileiros. 

Os indígenas, como forma de lutar por Saúde de qualidade, tem ocupado sistematicamente as sedes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI's). Desde o dia 24 de julho, porém, cerca de 50 indígenas ocupam, em São Paulo, a sede da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina - SPDM, uma Organização Social (OS), que é a empresa que contrata precariamente trabalhadores da área da Saúde e que recebe dinheiro público para prestar assistência à Saúde Indígena.

Segue logo abaixo uma matéria que noticia essa ocupação. É importante que os indígenas recebam apoio e solidariedade! É necessário que nos juntemos aos indígenas para lutar contra a privatização da Saúde Indígena, contra a precarização da assistência a esses povos e contra toda e qualquer forma de genocídio, principalmente o praticado pelo governo, que ao invés de garantir diretamente a saúde às comunidades indígenas, repassa milhões aos cofres de empresas privadas, OSs e ONGs para se locupletarem e deixarem os indígenas desassistidos.

Neide Solimões
Farmacêutica
Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins/Pará

Confira a matéria:

Índigenas ocupam a sede da SPDM em São Paulo/SP
Publicado em quinta-feira, 25, julho, 2013 14:38:29

Por Tribunal Popular

Desde a tarde de ontem, 24 de julho de 2013, cinquenta membros dos povos Guarani Mbyá e Tupinambá das aldeias do Litoral Paulista e indígenas que vivem em contexto urbano da Grande São Paulo ocupam a sede da Associação Paulista de Desenvolvimento da Medicina (SPDM), na zona sul da cidade de São Paulo (SP).


As lideranças, que realizaram uma série de manifestações desde a semana passada, após ocupar o polo base da SESAI em Peruíbe e a Funai de Itanhaém, fizeram esta ocupação na sede da ONG, por esta ser a gestora dos recursos da SESAI no Estado de São Paulo (entre outros). Os indígenas vem reclamando há pelo menos dois anos da administração e aplicação dos recursos da Secretaria Especial de Saúde Indígena - SESAI em São Paulo. As aldeias estão sem equipes de saúde, sem postos de saúde e sem ambulância. Além da falta do atendimento ambulatorial, ainda reclamam de medidas preventivas de saúde, como exames, orientação de higiene e sexual, e o principal: as aldeias estão sem saneamento, o que tem causado a morte de crianças e idosos, por beberem água contaminada.

As lideranças indígenas fizeram esta ocupação pacífica no intuito de conseguir uma reunião com a direção da SPDM e SESAI e pedem o apoio dos indígenas que vivem em contexto urbano, pois estes também são prejudicados sem o serviço de atendimento diferenciado na cidade de São Paulo e toda a Grande São Paulo. Esta região é onde reside a maior parte dos indígenas do estado de São Paulo: há uma estimativa do movimento indígena que são 70 mil indígenas vivendo na região metropolitana de São Paulo. Pedem também apoio da sociedade civil e organizações classistas de trabalhadores e estudantes.

Os indígenas conseguiram agendar uma reunião para amanhã (26/07), sexta-feira, às 14h00 na sede do Ministério Público Federal em Santos. As lideranças estão decidindo em ir hoje para Santos a fim de mobilizar mais indígenas para a reunião de amanhã e pedem a solidariedade de todos para conseguirem cobertores e colchonetes para pernoitarem em Santos.

Esperamos que a SPDM resolva o problema destes indígenas e atenda todas as reivindicações, visto que, segundo a SESAI, os repasses são feitos e a administração é por conta da ONG. Fica o jogo do empurra-empurra. Na fase de transição, a FUNASA era procurada, respondiam que já não eram responsáveis pela Saúde Indígena, que deveriam procurar a SESAI; já esta dizia que não estava com os recursos ainda, que estava na fase de implantação. Enquanto isso a população indígena sofria e continua sofrendo, adoecendo e morrendo. Hoje, para os indígenas de São Paulo, a situação permanece. Continua o jogo do empurra-empurra entre a SESAI e a SPDM. Uma fala que repassou os recursos e a outra até o momento só se esquivou, fugindo da reunião com as lideranças e MPF.

*A matéria foi retirada do União Campo Cidade Floresta
**O texto inicial foi enviado pela própria autora, que integra a nossa organização

Nenhum comentário:

Postar um comentário