por José Craveirinha
Eu sou carvão!
E tu arrancas-me
brutalmente do chão
e fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente
como força motriz
mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força
da minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da maldição
arder vivo como alcatrão,
meu irmão,
até não ser mais a tua mina,
patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo
da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão.
"Esse poema foi escrito em homenagem à classe operária africana, por José Craveirinha (1922-2003), que é considerado o maior poeta de Moçambique, país que também tem a língua portuguesa como língua materna. Craveirinha foi jornalista, militante e preso político na década de 1960.
Hoje dedicamos essa poesia, em especial, aos 36 mineiros sul-africanos que foram brutalmente assassinados em 17 de agosto de 2012, quando a polícia abriu fogo contra os trabalhadores em greve e matou 36 pessoas na mina de platina Marikana."
A reprodução da poesia "Grito Negro" e este escrito acima, foram retirados de um dos materiais que gostaríamos de recomendar neste Dia da Consciência Negra. É o encarte especial do jornal "Diário de Classe" do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba - SISMMAC, produzido com o tema do mês da Consciência Negra. Para acessar e apreciar a íntegra do encarte, clique aqui.
O outro material que gostaríamos de recomendar é o Boletim Eletrônico Especial de 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, do Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais - CRESS/MG. Para acessá-lo, clique aqui. Depois de abrir o link, basta clicar em cima dos títulos na imagem para abrir os textos.
Aproveitamos para parabenizar as duas organizações pelos ótimos materiais, lindos na forma e ótimos no conteúdo. E esperamos que você goste!
Viva o mês e o Dia da Consciência Negra, 20 de Novembro!!
negro e igual a todos
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