04 Novembro 2013
O desmonte e a precarização do serviço público de saúde em Santa Catarina está a cada dia se agravando
|
Fonte: cgt-clinic.es |
O Hospital Materno Infantil de Joinville, depois de um investimento de mais de 15 milhões do governo estadual de Santa Catarina, foi aberto e colocado para funcionar, contando com uma unidade de queimados. No entanto, já na abertura foi entregue para uma Organização Social (OS). Essa Organização Social e o Governo do Estado, com o argumento de que não havia demanda, decidiram e desativaram a unidade de queimados em 2012, alegando que esta unidade custava muito caro para o Estado e para a OS.
Curioso, nesse caso, é pensarmos que a todo momento alegam também que a OS não tem fins lucrativos, e ao mesmo tempo se preocupam com prejuízo! E o mais grave de tudo isso, colocam preço na vida!
Nesta semana vivemos o drama de um menino de Lages, com 70% do corpo queimado, que perdeu a vida por falta de vaga para o tratamento adequado. Isso é um crime que está sendo cometido pelas OSs e com o aval do Governo do Estado.
Basta de descaso com a vida! Queremos saúde pública, estatal, gratuita e de qualidade!
O SUS É NOSSO, NINGUÉM TIRA DA GENTE! DIREITO GARANTIDO, NÃO SE VENDE, SE DEFENDE!
Saiba mais sobre o caso neste belo texto:
Publicado em Segunda, 11 Novembro 2013 18:05
Meninos por um fio
Por Raquel Moysés, jornalista
Quem sabe a vida do menino Erick poderia ter sido salva se o setor de queimados do Hospital Materno Infantil de Joinville não tivesse sido fechado em 2011. Quem sabe, o garotinho não poderia ter sido transferido imediatamente de Lages, no planalto serrano, para a maior cidade catarinense, no norte, sem ter de esperar uma semana por uma vaga em outro estado da federação.
Mas por que será que nos dias em que tanto se falou da situação desesperadora do menino de quatro anos que sofria, com 70% do corpo queimado, muito pouco se disse e menos ainda se explicou sobre o fechamento, em Joinville, dos dez leitos antes destinados aos pequeninos que desgraçadamente se queimassem?
O menino Erick Pereira Melo, filho do pedreiro Michael e da vendedora Ariana, morreu no dia 30 de outubro de 2013, enquanto a equipe médica do Hospital Seara do Bem, de Lages, cuidava dele e aguardava a melhora de seu estado clínico para finalmente transferi-lo a um hospital de Porto Alegre. Erick se queimara na tarde de 23 de outubro, enquanto brincava com fogo e álcool com um amiguinho de sete anos, no Bairro Jardim Celina, na cidade serrana.