Uma
das atividades principais da 16ª Conferência Nacional de Saúde foi ato
público que aconteceu na segunda-feira, 05 de agosto, na Praça da
República, tradicional local de concentração das manifestações que
acontecem na Esplanada dos Ministérios em Brasília. A atividade contou
com a presença maciça dos participantes da Conferência, vindos de
diversos pontos país, onde podemos estimar a presença de cerca de 5.000
pessoas. Como destacado nas falas de condução do ato, os recursos que
custearam a atividade foram fruto da contribuição de diversas entidades e
movimentos sociais que apoiaram e ajudaram a organizar a manifestação,
não contando com recursos do Conselho Nacional de Saúde.
Nas
avaliações feitas por nossa Frente, consideramos necessário superar
problemas que identificamos na condução da atividade, uma vez que
saímos desta 16ª Conferência – que ficará popularmente conhecida de
8ª+8, em alusão à 8ª Conferência, que foi embrionária do nascimento do
SUS em 1986 – com a perspectiva da construção de um calendário de lutas
unificado com outras forças que não compõem a Frente. Nossas avaliações
foram apresentadas a estas outras forças em reunião presencial com
intuito de avançarmos nos laços de confiança e na perspectiva de uma
construção unitária de futuras atividades.
Consideramos que opção
por ficar com o ato parado, sem avançar pela esplanada dos ministérios,
esvaziou a potência que a manifestação trazia. Aquele era o momento
onde se preparava o segundo turno da votação da contra reforma da
previdência e poderíamos ter levado nossa indignação e voz contrária a
essa medida, demonstrando nossa disposição para a luta. Teria sido
também a possibilidade de mostrar ao governo nossa disposição de
resistir aos ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo, com
restrição as liberdades democráticas e todas as propostas de retirada de
direitos.
Outra questão importante a ser mudada foi a condução
do carro de som. Discordamos da opção feita pela organização que
privilegiou parlamentares e outros atores do campo institucional, em
detrimento dos muitos segmentos do movimento social presentes. Isso
gerou muitas dificuldades para que estes movimentos, dentre eles a
Frente Nacional Contra a Privatização, pudessem acessar o carro de som e
ter suas perspectivas de luta e palavras de ordem destacadas. Assim
como nós, outros forças políticas presentes ao ato, acabaram não
falando.
Não desconsideramos a importância que espaços
institucionais podem cumprir no auxílio aos movimentos da classe
trabalhadora para resistir aos ataques, porém, enfatizamos que na nossa
perspectiva a centralidade da luta se dá com a classe trabalhadora e
suas organizações na rua. É a força dos movimentos sociais e populares
que fará a diferença na resistência aos ataques que temos sofrido e que
apresentará a perspectiva de mudanças reais para o grave momento que
atravessamos.
Aproveitamos esse momento para conclamar todas as
forças políticas presentes a 16ª Conferência Nacional de Saúde para
avançarmos na construção de uma forte mobilização popular na defesa do
SUS 100% público e estatal, das políticas e das liberdades democráticas.
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